17 de fevereiro de 2008

Hoje há Fernando Pessoa #2

"Tabacaria"

(...)
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
(...)

Álvaro de Campos

4 comentários:

+ disse...

quando miuda escondia-me no roupeiro, mas não me escondia dos outros, escondia-me de mim própria....devido à fragilidade de por vezes ser tão transparente e não criar mascaras para me defender, na verdade chorava por ser tão crua num mundo cruel. E percebi que a mascara tem sempre os dois lados e maioritariamente não são confortaveis, mas so devido a ela é que dou valor ao verdadeiro ser que sou...quando a deixo pousada algures.

Paula disse...

às vezez, quando queremos tirar a máscara, já é tarde demais.
Fica pegada à cara.
Por isso, o melhor é nunca a pormos.
Também gosto muito de Fernando Pessoa!
Bjs!

Ruca! disse...

zé tu nem no carnaval te mascaras. ganda menino.

Alter Ego disse...

vou escrever esta história para provar que sou sublime...Tás com uma moralllllll caté pareces o amaral...!ahahahah