"Tabacaria"
(...)
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
(...)
Álvaro de Campos
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4 comentários:
quando miuda escondia-me no roupeiro, mas não me escondia dos outros, escondia-me de mim própria....devido à fragilidade de por vezes ser tão transparente e não criar mascaras para me defender, na verdade chorava por ser tão crua num mundo cruel. E percebi que a mascara tem sempre os dois lados e maioritariamente não são confortaveis, mas so devido a ela é que dou valor ao verdadeiro ser que sou...quando a deixo pousada algures.
às vezez, quando queremos tirar a máscara, já é tarde demais.
Fica pegada à cara.
Por isso, o melhor é nunca a pormos.
Também gosto muito de Fernando Pessoa!
Bjs!
zé tu nem no carnaval te mascaras. ganda menino.
vou escrever esta história para provar que sou sublime...Tás com uma moralllllll caté pareces o amaral...!ahahahah
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